20 de junho de 2012

Como tratar a sexualidade infantil nas escolas de acordo com os PCNs(Parâmetros Curriculares Nacionais).
Ser humano, segundo MORIN (2000), “é ser, a um só tempo, plenamente biológico e plenamente cultural” (p. 52) e, por isso, a sexualidade é prerrogativa do humano, ao mesmo tempo que é uma das faces que nos permite mostrar a plenitude da nossa humanidade.
É a cultura que nos permite guardar a história e os ensinamentos e faz com que normas e princípios possam educar nossos instintos mais primitivos.
A sexualidade é, portanto, construída na interação do indivíduo, ou grupo de indivíduos, com a sociedade.
Desde bem pequenas, as crianças descobrem, na interação com os adultos, crenças e valores que vão sendo atribuídas a elas quando buscam o prazer.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), quando a criança começa a explorar seu corpo, descobrir brincadeiras usando adereços ou roupas dos adultos, fazer perguntas voltadas ao sexo, vai encontrando as posições dos adultos que a circundam impregnadas de julgamentos e, com isso, vai construindo a sua sexualidade e o seu funcionamento como menino ou menina.
Nesse sentido, a sexualidade é aprendida em todas as interações da criança, do adolescente e do adulto com a sua cultura. Não é possível tratar a sexualidade como uma matéria escolar ou uma disciplina através da qual o sujeito aprende a ser homem, mulher, bissexual ou homossexual; aprende a reproduzir; aprende a amar; ou aprende a
relacionar-se com pessoas que lhe complementarão sexualmente.

A educação sexual ocorre desde quando o indivíduo nasce e continua sofrendo influência de outras instituições, como, por exemplo, a escola. Na escola, essa educação não se processa somente nas salas de aula. Todos/as os/as profissionais da escola [...] são educadores/as em suas respectivas funções (XAVIER FILHA, 2000, p. 19).
Essa forma de compreender a construção da sexualidade no cotidiano da vida escolar envolve todos(as) os(as) educadores(as) e, por isso, necessita que esse seja também um tema a ser discutido e vivenciado pelos(as) mesmos(as).
O tema transversal Orientação Sexual não pode ser tratado como uma disciplina escolar, pois corre o risco de ficar no plano da racionalidade.
O que é proposto pelos PCNs é que seja tratado como um tema de pesquisa e de estudo para a compreensão das relações humanas que ocorrem nesse cotidiano, para o direcionamento da busca do prazer e da lida com a realidade.
Estará inserida no âmbito pedagógico e coletivo e não terá caráter de orientação individual e terapêutica, mas será entendida como a problematização, o levantamento de questões e a ampliação do leque de conhecimentos e de opções para que os alunos e as alunas possam se aprofundar e fazer escolhas no seu caminho de vida.
A questão da sexualidade ainda é um tabu no contexto escolar, envolvida num véu de culpas, dúvidas e repressões e necessita ser trabalhada e desmistificada junto aos próprios educadores.
Todas essas inseguranças, sem que a gente perceba, já estão fazendo parte de um programa educativo, inconsciente, que ensina que a sexualidade é algo que deve acontecer apenas na intimidade e que na instância social deve ser reprimida.
O que, muitas vezes, não lembramos é que esse tipo de manifestação pode ser — e normalmente é — uma busca de orientação a respeito das sensações que surgem em nossos alunos e alunas diante, por exemplo, de demonstrações de amor e ódio que são passadas a todo instante nas telas de nossas TVs, sobre as quais ninguém fala abertamente e, muitas vezes, tenta esconder.
Esse é, portanto, o nosso papel: problematizar as dúvidas, as ações e os comportamentos trazidos pelos alunos, sem medo, sem julgamento prévio; analisar, tendo como eixo a história, e apresentar todas as formas de entender a questão no momento atual.
A reflexão sobre a forma de orientação sexual que os(as) profissionais da escola fazem através de suas ações cotidianas é muito importante, uma vez que possibilita uma tomada de consciência e uma retomada da ação.


Comentário de Gislaine
Educação sexual é o conjunto de orientações desenvolvidas informalmente sobre a
sexualidade. Este processo é espontâneo e envolve todo ato exercido sobre o indivíduo em sua vida cotidiana, desde seu nascimento, com repercussão direta ou indireta sobre sua vida sexual ao longo de sua história pessoal.
É por meio das experiências, atitudes e informações recebidas sobre a sexualidade que
cada pessoa mesmo que não perceba, está envolvida com a educação sexual. As vivências pessoais moldam nossa visão particular sobre o sexo que pode ser mais rígida ou liberal, severa ou lúdica, dependendo dessas experiências ou influências.

Um comentário:

  1. A sexualidade humana é um tema que gera polêmicas e muitas controvérsias, uma vez que envolve questões afetivas, papéis esperados e desempenhados em uma sociedade, e também comportamentos. De forma geral, ela envolve quatro aspectos:O primeiro é o gênero, que corresponde ao sexo da pessoa. Assim, temos o sexo feminino e o masculino. O segundo aspecto da sexualidade humana é a orientação sexual. Ela diz respeito à atração que se sente por outros indivíduos. Ela geralmente também envolve questões sentimentais, e não somente sexuais.O terceiro aspecto, o papel sexual, ele está relacionado ao comportamento de gênero que a pessoa desempenha na sociedade.Finalmente, temos o quarto aspecto: a identidade sexual, que seria a forma como o indivíduo se percebe em relação ao gênero que possui.

    Os educadores em parceria com a família são fundamentais na formação sexual da criança. A família deve ser orientada, visto que ela é a fonte principal da formação, da base da criança, para que proporcione uma vida moralmente sadia, inclusive sendo responsável em passar um conhecimento adequado da sexualidade humana.

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