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O papel da mídia na educação sexual do filho
O sexo tem sido intensamente explorado pelos
meios de comunicação, principalmente nos últimos 20 anos, tanto com a
finalidade de alcançar picos de audiência como de fazer "marketing"
de produtos variados. A televisão é o principal comunicador de massas da
atualidade; conseqüentemente educa, cria padrões e dissemina informações. Infelizmente,
um meio com tal capacidade tem sido usado freqüentemente de maneira inadequada,
gerando deseducação, repetindo padrões irreais e omitindo e/ou deturpando
informações.
Definitivamente, a televisão transformou-se na
principal fonte de deseducação sexual para adolescentes, pois
veicula o sexo com pouquíssimas referencias à contracepção e doenças
sexualmente transmissíveis (DST), além de passar mensagens como "adultos
não planejam sexo" e "adultos não usam contraceptivos".
Entretanto, não podemos nos esquecer que, se a
televisão e outros meios de comunicação ocuparam esse espaço, é porque ele
estava vago. A família e a escola precisam retomar o seu papel de verdadeiros
educadores das crianças e dos adolescentes. A informação clara, verdadeira, desmistificada
e dentro de um contexto de afeição e compreensão é a nossa principal arma
contra os danos que os meios de comunicação podem provocar.
Segundo o comunicado oficial da Academia
Americana de Pediatria Força Tarefa sobre crianças e TV, publicado em dezembro
de 1984: "A retratação (na TV) de papéis sexuais e de sexualidade é irreal
e enganadora. A relação sexual se desenvolve rapidamente, o risco de gravidez
raramente é considerado; a adolescência é vista como estado constante de crise
sexual. Essas características podem contribuir direta ou indiretamente para o
risco de gravidez e alterar claramente experiências de aprendizado próprio para
a idade com respeito à sexualidade. A pornografia através de fitas de vídeos é
uma preocupação importante".
Uma reportagem publicada pelo National Council of
Womem diz que a imagem de "macho" passada pelos heróis do cinema/TV,
como James Bond, reforça os papéis sexuais estereotipados e contribui para a
precocidade das relações sexuais bem como atuam a favor do sexismo
(discriminação entre os sexos) e da dupla moral.
Alguns estudos têm sido feitos principalmente nos
Estados Unidos, com a intenção de detectar a real influência do erotismo
veiculado na TV no comportamento dos adolescentes. Ao que parece a TV contribui
para a precocidade da iniciação sexual no adolescente, pois acentua o
sentimento de que "todo o mundo está fazendo isso".
O que fazer? Maria Helena Gouveia nos diz que
desligar os aparelhos não é a solução, e sim que "discutir o que é
realidade e o que é ficção é muito enriquecedor. Se, de um lado a influência
dos meios de comunicação no desenvolvimento da sexualidade pode ser maléfica,
de outro, é de grande abertura para o diálogo e a aproximação entre pais e
filhos. A invenção é extraordinária. Como usá-la é o complemento, e é
indispensável".
Filmes infantis, novelas, internet, videogames, músicas, são fatores que influenciam as crianças a entrarem no mundo sexual cedo demais, prejudicando o desenvolvimento natural e a aprendizagem afetiva. As novelas com cenas de sexo em horário nobre, às músicas com letras impróprias e sem cultura que não agrega valor algum na educação infantil deixando muito a desejar.
É preciso selecionar melhor o que nossas crianças vão ter acesso e mais que isso é preciso educá-las melhor para o mundo que as espera.
Criança tem mais é que brincar, aproveitar o máximo a infância e não ficar mais de 4 horas em frente a TV e internet e ser usada como objeto de consumo em propagandas.
Janeide Vasco de S. Moretti
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